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News Context: Aposta da Amazon com Whole Foods é um grande erro ou uma ação brilhante?

Nas últimas semanas, os jornais norte-americano foram tomados pela notícia de uma possível aquisição da rede Whole Foods pela Amazon. A proposta da Amazon para comprar o Whole Foods é a maior ação de aquisição já vista. Mas isso seria um grande passo ou erro de análise? Clique para saber!

06/07/2017 12:06:10
Amazon e Whole Foods

A proposta da Amazon para comprar o Whole Foods é a maior ação de aquisição já vista. Mas isso seria um grande passo ou erro de análise?

Nas últimas semanas, os jornais norte-americano foram tomados pela notícia de uma possível aquisição da rede Whole Foods pela Amazon. De forma direta, isso quer dizer que Jeff Bezos, CEO da companhia, está pagando um alto preço (US$13.7 bi) por um varejista de rentabilidade mediana e que não vem crescendo ultimamente.

De outro ângulo, porém, os compradores do “omnichannel” continuam buscando a conveniência da entrega em casa e o maior obstáculo ainda é o trecho final da entrega – fazer com que alimentos frescos saiam dos estoques e cheguem às residências. Então, será que esse é o casamento perfeito que permitirá que a Amazon possa saltar sobre a concorrência? Ou a estratégia da empresa, em ter lojas físicas, é uma receita de fracasso por ir além do foco de seu negócio?

Neste artigo, vamos explorar os prós e contras da aquisição da Amazon sob a perspectiva dos experts da Context.

Por que a aquisição do Whole Foods pela Amazon é um fracasso?

Adam Simon, diretor Global de Varejo

O modelo de negócios da Amazon é e-commerce, não lojas físicas

A Amazon criou um modelo de negócios de sucesso baseado apenas em vendas online. Logística, armazenagem e distribuição, para entregar produtos diretamente ao consumidor. Além de poucas lojas de um projeto piloto, eles não têm experiência, equipe ou sistema para gerir uma rede de 440 lojas com margens baixas e sem crescimento. Seria melhor, para Amazon, implementar seu padrão ou ter adquirido uma rede de lojas menores que que se encaixaria melhor em seu modelo de vendas de ‘clicar e coletar’.

O Whole Foods trabalha com preços exclusivos e isso não combina com a força da Amazon de fornecimento em massa

O Whole Foods oferece itens únicos e alimentos frescos orgânicos a preços não convencionais. A Amazon compete agressivamente nos EUA com o Walmart que é focado no mercado de massa com estratégia de preço. Os tipos de produtos do Whole Foods com preços mais altos não trazem vantagem competitiva com clientes em geral. A marca Whole Foods e o preço são até inconsistentes com a proposta da Amazon, já conhecida no mercado.

As culturas da Amazon e Whole Foods se misturam como água e óleo

As aquisições anteriores da Amazon foram para expandir a categoria de produtos – como a Zappos com sapatos e roupas – então já tinham relação e se incrementou a cultura de Bezos de ‘cliente em primeiro lugar’ e ‘fácil de usar’. Não que o Whole Foods seja um anti-cliente, mas a história e a cultura foram criadas em torno de diferenciação e segmentação. A filosofia de gerenciamento e escalas de pagamento do Whole Foods são bem diferentes do império de Bezos, em Seattle.

Por que a aquisição do Whole Foods pela Amazon é uma brilhante quebra de paradigmas no varejo

Chris Petersen, estrategista em omnichannel

Bezos está investindo para 2024: a jogada com Whole Foods não tem a ver com supermercados

Se você seguir o CEO da Amazon, Jeff Bezos, vai ver que ele sempre trabalha com a visão de longo prazo. Ele tem discutido hoje como as equipes estão planejando o primeiro semestre de 2024. Dennis Berman, do Wall Street Journal, talvez tenha resumido bem a aquisição do Whole Foods:

“Amazon não apenas comprou os supermercados Whole Foods. Ela comprou 431 localidades estratégicas, com público de alta renda, onde pode distribuir de tudo o que ela tem”

Para ressaltar o valor que as 440 lojas trazem para Amazon, as lojas do Whole Foods fornecem para Amazon armazéns refrigerados a cerca de 16 quilometros de distância de 80% da população Norte Americana. Esse é o alcance que complica a entrega de alimentos frescos nas portas dos consumidores.

Whole Foods permite que a Amazon rapidamente quebre suas barreiras

A Amazon conta com 100 milhões de clientes Prime. Imagine, então, o que poderia ser ofertado a esses clientes em termos de serviços e descontos em 440 lojas. A Amazon acaba de anunciar uma versão da Alexa por $20 que foi criada para comprar comida e obter receitas. Uma ótima receita para o conceito de alimentos frescos e orgânicos da Whole Foods.

Uma categoria central dos elementos e o modelo Prime é baseado em alimentos

Faz todo sentido a Amazon comprar um supermercado ao invés de outro tipo de varejista. Mesmo que o Whole Foods tenha preços notoriamente acima da média, a Amazon é a melhor encolhedora de custos de logística e de negociação com fornecedores. Que outra forma melhor de se lançar no Mercado físico varejista que com uma categoria de atrai consumidores semanalmente e é sinônimo de modelo de consumo por assinatura ainda acrescido pelos facilitadores Alexa e Dash?

O futuro do varejo é híbrido. As redes de lojas físicas têm corrido atrás de ter presença online. Por outro lado, o e-commerce entendeu a necessidade de construir uma presença física para completar a relação com o cliente e ser viável no quesito do último trecho de entrega, principalmente em categorias como alimentos.

Será que a grande aposta de 13.7 bilhões de dólares em uma rede de supermercados vai valer a pena? As chances são de que não teremos que esperar 7 anos para saber. A luta das entregas de alimentos já está acontecendo e nós temos um lugar na beira do ringue para assistir isso.

É um ótimo momento para ser o consumidor! E um momento desafiador para o varejista que tem que ligar os mundos físico e digital para obter sucesso.

Por Context World 

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