Receita da unidade de serviços da Apple está em franco crescimento. E entre os motivos, destaque para a adoção dos Macs para PC gaming

Os analistas financeiros que se preocuparam em olhar os resultados da Apple para o quarto trimestre de 2016 perceberam que, apesar do declínio geral nos números, a divisão Apple Services, que conta com a Apple Music, Apple Pay e a App Store, apresentou um ótimo crescimento de 24%, com faturamento de $6.3 bilhões de dólares.

Se esse crescimento se mantiver, a unidade de serviços da companhia criada por Steve Jobs estará a caminho de entrar para lista da Fortune 100, por conta própria, já no fim desse ano.

Uma boa parte dessa receita virá dos games. Vale lembrar que o mobile gaming oferece muito mais possibilidades de negócios que o console ou PC, em parte por causa do custo e acessibilidade. O sucesso de aplicativos como Angry Birds e Pokémon GO são bons exemplos disso. E mais: esses tipos de jogos de aplicativos móveis são mais aceitos socialmente do que o PC ou console gaming, que ainda têm a reputação de ser um lazer para jovens e requer muito mais investimento financeiro.

Apesar da importância dos games para plataforma móvel e a crescente estagnação do Mercado de PC, a Apple resistiu abertamente ao marketing para os jogadores, deixando essa parte com estúdios individuais de app. Dá para entender isso considerando-se o posicionamento da marca como luxury/lifestyle, algo tecnicamente equivalente a classificação das marcas de moda de luxo, que permitindo à Apple perpetuar seus produtos de alto preço médio e valor agregado.

Assim como o iPhone e o iPad são considerados plataforma de jogos por muitos consumidores, Macs podem ser considerados uma alternativa ao PC gaming. De acordo com a última pesquisa da Valve’s Steam – a loja online mais importante do globo para PC games -, o Mac OSX agora conta com 3% dos usuários, com 50% desses usuários sendo donos de Macbook Pro. Em 2015, a Valve disse que tínhamos 125 milhões de jogadores no mundo, o que quer dizer que haviam 3.75 milhões de jogadores de Mac OS.

Uma pergunta recorrente dos canais de vendas e fabricantes para Context é por que incluímos Macs como parte do mercado de PC gaming. A resposta simples é que quando o segmentamos o mercado de PC de acordo com as capacidades e especificações do sistema, Macs acabaram entrando como parte desse segmento.

No lado menos sofisticado do mercado, a Apple tem uma boa participação graças ao grande número de iMacs utilizando o AMD Radeon R9 M390 e GPUs similares. Essa configuração não suporta as especificações completas da família GFX, assim como muitos títulos AAA de game, porém, ele roda games populares em velocidade aceitável.

Graças ao anúncio da Apple no início de Junho sobre as especificações de GPUs high-end preparados para Realidade Virtual (RV), os Macs deverão estar melhor equipados para competir, de verdade, no mercado de PC gaming.

No mundo da moda, produtos de alta qualidade são algumas vezes adotados por mercados que, inicialmente, não seriam seus alvos. A loja da Burberry’s clothing no Reino Unido é um bom exemplo disso – e PCs têm um histórico de serem adotados para usos além da proposta inicial do fabricante. No final, os consumidores é que terão a palavra final sobre como eles querem usar a tecnologia. Assim como mostraram os números da Apple Services, um fabricante pode querer manter sucesso como um segredo público.

Por Context