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Série Placas de Vídeo (Parte II): Mercado gamer aquecido impulsiona Infocwb

O Blog da Abradisti conversou com a Infocwb para saber sobre o mercado de placas de vídeo no nicho gamer, abordando também os desafios impostos pela importação e a concorrência predatória do mercado cinza

22/01/2019 11:56:09

A Infocwb, distribuidora de Curitiba (PR), encontrou no filão gamer o caminho para crescer e se diferenciar no mercado brasileiro de Tecnologia da Informação. A empresa, fundada em 2004 e que conta com mais de 6 mil revendas cadastradas no País, aposta desde 2017 em produtos como placas de vídeo e outros componentes de alto desempenho muito apreciados por este público, como gabinetes, fontes, teclados e mouses gamer.

Apesar da crise na venda de placas de vídeo durante 2018, devido à queda substancial das moedas virtuais nas bolsas (as placas de vídeo são essenciais para a “mineração” de moedas virtuais), o mercado passa por uma consolidação e uma provável retomada em 2019.

Parte desta expectativa se explica pelo vigor do mercado gamer no País, ou seja, a comercialização de componentes para desktops especialmente desenvolvidos para jogos eletrônicos.

Segundo dados da consultoria IT Data Market Intelligence, foram comercializados no ano passado cerca de 600 mil placas de vídeo, o que coloca esse mercado no patamar mínimo de R$ 500 milhões por ano.

Ainda assim há desafios persistentes. O setor sofre com a concorrência predatória do mercado cinza e com as dificuldades tributárias impostas pela Receita Federal.

Gamer como diferencial

No portfólio a Infocwb conta com placas das principais marcas, incluindo Asus, EVGA, Gainward, Gigabyte, MSI, Powercolor e XFX, que representam a maior parte do faturamento da empresa.

A expectativa é que, passada a crise da mineração dos bitcoins e já contando com vários lançamentos de placas de vídeo, o mercado volte a crescer em 2019, principalmente se o dólar se mantiver em patamares mais baixos.

“No mercado de Tecnologia da Informação sempre procuramos nos diferenciar”, conta Thiago Ferreira, gerente de importações da empresa. “Está havendo uma consolidação deste mercado, mesmo em placas de vídeo. Aumentou o ticket médio, mas diminuiu o quantitativo, ou seja, estamos vendendo produtos com maior valor agregado mas com queda no volume total de unidades.”

Desafios

Ferreira enumera dois grandes dificultadores para quem atua no mercado de venda e distribuição de componentes de informática no Brasil, particularmente os que fazem parte do portfólio gamer: o contrabando (ou mercado cinza) e as tarifas de importação. A Infocwb, por exemplo, não inclui memórias e SSDs no portfólio justamente pela concorrência desleal da pirataria e contrabando.

Assim, ações como a da Abradisti que buscam reduzir as tarifas de importação sobre placas de vídeo são tão importantes.

A Infocwb é uma das poucas empresas brasileiras que conseguiu judicialmente a reclassificação das placas de vídeo junto à Receita Federal, reduzindo o imposto de importação para zero e o de produtos industrializados (IPI) para 2% – sem o entendimento judicial a carga tributária sobre estes produtos é de 16% de importação e 15% de IPI, ou 31% no total.

“Ter a reclassificação do produto é a única maneira de trabalhar com ele, pois as margens são baixas”, explica o gerente. “É aí que entra o meu desafio, pois ter a reclassificação não é suficiente [para competir]. É preciso ganhar também na quantidade de produtos importados para diluição dos custos fixos envolvidos na importação/distribuição.”

Para o executivo, iniciativas coletivas como a da Abradisti são importantes pois beneficiam a todos, apesar da dificuldade de ingressar no mercado de placas de vídeo. “O objetivo é entregar o melhor produto ao menor preço possível e democratizar a tecnologia”, finaliza o gerente de informação.

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